25 de maio de 2010

> AMIGO É COISA PARA SE GUARDAR...

no lado esquerdo do peito. Mas quem são realmente os nossos amigos, quais as pessoas que queremos sejam amigos, e que esperamos delas?

Eu, aprendi sózinha desde os 7 anos de idade o que é SOLIDARIEDADE. Vejam essa história: Era um dia de chuva, numa cidade bastante fria, e aproximadamente cinco horas da tarde. Eu caminhava pela calçada de uma avenida que me levaria até minha casa, e por costume olhava sempre para os lados, e assim, vi uma menina que aparentava ter a mesma idade, caminhando de bracinhos cruzados, sem agasalhos, com uma maleta de livros e cadernos, encolhida no tórax, aparentando muito frio.

Atravessei a avenida, (lembrem-se 7 anos de idade), e me aproximei da menina, ela chorava muito e tremia, eu lhe ofereci meu "guarda chuva" e timidamente ela aceitou.

Perguntei o nome dela e me disse "Linda" Ermelinda; e caminhamos juntas, caladas, até que cheguei na minha rua onde morava com meus pais e irmã. Então quis levá-la até a casa dela, mas não quis, disse-me que era logo ali; comecei descer a rua em direção a minha casa, esperei um pouco, e voltei ela se abrigava debaixo de uma árvore e chorava sem parar.

Corri para perto dela, e pedi que me falasse a verdade, e então ouvi: eu não tenho onde morar, minha mãe me pôs num orfanato, mas eu apanhava e era castigada muito pelas freiras, e agora não sei onde mora a minha avó, então, fico no banco da praça.

Peguei e menina e a levei para casa. Minha mãe assustada não entendeu como eu levava uma pessoa para lá, sem conhecer, mas mesmo assim, a colocou num banho quente, deu-lhe umas roupas minhas para vestir. A pobrezinha deitou-se no chão, e quando minha lembrou-se de ver o que ela fazia, ficou estarrecida, a menina dormia profundamente, como se nunca tivesse feito isso.

Meu pai a colocou na minha cama, e disse brincando, hoje é voce que vai ficar na rua. Mas não foi assim, passei a dividir minha cama e roupas com ela, não a deixamos ir embora, meu pai conseguiu localizar a avó que não queria a neta.

Crescemos juntas, e nos queríamos bem como irmãs. Ela estudou, trabalhou, e ficou em nossa casa até casar-se. teve tres filhos, hoje todos formados em ensino superior, e ela tornou uma grande mulher, apesar de não poder ter concluído seus estudos além do nível médio.

Mas, ela adora sua profissão: mãe, esposa, mulher, dona de casa. Hoje moramos em cidades distantes, mas sei que é feliz. E eu acho que tenho minha cota de colaboração na vida dela. As pessoas que me conhecem ou pensam, me criticam por ser uma mulher independente, e quando preciso tomar uma decisão, eu a faço por instinto próprio.
É verdade que muitas vezes me meto em confusão, e depois acabo precisando de alguém, mas é muito difícil, senão impossível encontrar quem se disponha a ajudar ou até mesmo consertar alguma coisa de eu faço de maneira inadequada, porque as pessoas não estão disponíveis para as outras que estão próximas a assimir responsabilidade de se dispor a ir resolver possíveis problemas.
Na verdade eu sou um "imã" para arrumar grandes problemas, e tenho que dar conta de resolvê-los sozinha, porém, sou uma porta aberta para acolher quem de mim precisar, seja qual for a situação, pois, tenho como príncipio não julgar atitudes e culpados, apenas tento reverter a situação para que seja favorável a quem se sente carente de apoio, colaboração.
Na verdade muitas vezes já me cansei de dar "murros em ponta de faca", mas com o decorrer desses textos, voces verão que nasci assim, como se essa fosse a minha missão na terra: dar sem nada esperar.

Esse trecho faz parte de um livro que já escrevi provisóriamente, mas que por motivos inerentes a minha vontade, ela foi estuprado por pessoas que comigo conviveram, e afrontaram a minha privacidade, e várias vezes meus rascunhos foram para no lixo.

Eu sempre quis, deixar anotado as minhas memórias, os meus dias de glória e derrotas, as minha alegrias e as lágrimas, por isso vou tentar colocar em pequenos textos, como este que agora voce que está lendo aqui no meu espacinho, porque pretendo deixar outras coisas .

As pessoas que pensam que me conhece, na verdade pouco ou quase nada sabem de mim, e talvez com o tempo tenham a surpresa de descobrir realmente quem sou, porque, e o que esperar ou ter de mim.

Agora esses fatos serão publicados integralmente, e a história da minha vida, será um grande livro aberto, e acabarão os misterios, curiosidades, e ficarão as críticas com certeza, pois, esse ítem é o que mais fazem comigo: crítica apenas.
Hoje estou melancólica? Talvez, e até confusa... Isso meu pai lembrou de me ensinar: não espere elogios> dizia: FAÇA! MAS NÃO ESPERE NADA!
Texto pessoal não copiável




9 comentários:

Wanderley Elian Lima disse...

Oi Sonia
Uma bela história de solidariedade e amor ao próximo, existem pessoas cuja missão aqui na terra é ajudar as pessoas. Felizes delas porque terão a oportunidade de servir, embora as vezes isso lhes custe muitas lágrimas.
Um abraço

Daniel Savio disse...

Parabéns pela iniciativa de solidariedade desde cedo, mas não tinha como guardar os rascunhos num lugar seguro (uma gaveta com chave)?

Fique com Deus, menina Sonia.
Um abraço.

Rosana Ibanez disse...

Somos seres humanos e estamos propensos a errar, pois nessa vida nunca seremos perfeitos e nem tão pouco podemos satisfazer a todos ao mesmo tempo. Procuro tirar sempre as qualidades e coisas boas das pessoas que conheço e convivo nessa vida, pois não julgo e não critico ninguém, pois tenho um espelho em casa e sei das minhas imperfeições, que por sinal, são muitas.
Diante de um ato tão solidário e tão humano, pode ter certeza que os seus defeitos passaram desapercebidos aos olhos de Deus, pois ele é realmente´o único que pode julgar a atitude humana e garanto que está muito orgulhoso de você.
Um grande beijo!!

Emília Pinto disse...

Oi Sonia. Sabe que eu sou um pouco assim? Não consigo ver as coisas sem procurar resolvê-las de imediato e emcabeço qualquer iniciativa sem ter medo das consequências quando sei que estou certa; ainda agora está acontecendo isso aqui no meu prédio; todos falavam que tinha que se resolver um problema, mas ao mesmo tempo diziam que quem o provocou que o resolvesse; eu não provoquei e fui sempre contra a essas atitudes que causaram o problema; mas ele tinha de ser resolvido; sem falar sequer ao meu marido comecei a falar com as pessoas, consegui que nos unissemos, nos informassemos e o problema no dia 1 ficará resolvido: Quando o meu marido soube ficou pasmado e disse que eu iria ter problemas, mas respondi-lhe que tenho o prédio todo a favor; o que faltava era alguém que tomasse a iniciativa. O problema Sónia é que as pessoas querem ser politicamente corretas, querem dar-se bem com todos, mesmo não concordando e tornam-se apáticas, empurrando tudo para cima dos outros; de empurrão em empurrão as coisas ficam por resolver. Gostei muito do seu post e parabéns por ser assim, pessoa decidida que não tem medo de cara feia.Um beijinho
Emília

Whispers disse...

Querida sonia,
Os anjos existem....tem nome e vivem na terra com a gente, um se chama Sonia que es tu.

Mil beijinhos com amizade
Rachel

Pensador disse...

Maravilhosa a atitude que você descreveu aqui. E diria que recebeu a recompensa, na forma de uma amiga para sempre.
Infelizmente, atitudes como esta sua não são a regra.
Sequer parar para escutar, dar alguns minutos do próprio tempo é uma atitude que a maioria das pessoas seja capaz de tomar.
Continue com seus textos, e não se importe com as críticas, na grande maioria dos casos, quem critica o faz por pura inveja e incapacidade.
Beijo!

as arteiras disse...

Olá, Sonia!
Acho bonito quem escreve, e coloca no papel o que sente. Às vezes tento, mas não sou constante.Quando dá vontade de escrever estou sem tempo, e depois esqueço.
Lindo gesto fizestes aos 7 anos. Hoje em dia cada um pensa sómente em si e nos seus.
Tenha um lindo final de semana!
Fica com Deus!
As arteiras

Feiticeira disse...

Olá Sonia

Como já dizia o poeta, amigo é coisa pra se guardar debaixo de 7 chaves, quem tem um amigo jamais estará sozinho nesta vida

Bom domingo e linda semana

Beijinhos

Phivos Nicolaides disse...

Oi amgiga. Muito bom o texto.