25 de agosto de 2010

> Educando Filhos

web Palavras mágicas: SIM/NÃO


Quantos de nós quando temos nossos filhos, pensamos em dar-lhes tudo que não pudemos ter quando éramos crianças. Porque a vida é dificil para todos, cada época é diferente de outra, situações financeiras, oportunidades de trabalho.


Dizia meu pai: primeiro é necessário ter uma casa para morar, pode ser simples, mas é nossa. Depois escolher o que colocaremos dentro dela; primeiro o essencial, luxo para quando puder.


Todos os dias eu levava almoço para ele na metalúrgica onde trabalhava, que era perto de nossa casa, mas terra de chão batido, e quando chovia era um escorredor legal.

Voltava para casa correndo porque era preciso fazer outra caminhada um pouco maior para ir a escola, também de terra batida.


Tempos difíceis, médicos não haviam gratuitamente, não tínhamos ainda o sistema SUS. Quem indicava os medicamentos era o "seu Moacir da farmacia", e para sair mais barato, papai mesmo fervia agulhas numa panela e aplicava a injeção no bumbum. Doía...


Poucas dificuldades não é? Então, depois, papai mandou eu e minha irmã trabalhar, afinal tínhamos 13 e 14 anos, precisava pagar o que comíamos. E lá fomos nós, estudar a noite e trabalhar de dia. O dinheiro no final do mes já estava pré-destinado: o meu pagava um terreno para nosso futuro, e da minha irmã a "pensão" da comida e bebida que consumíamos.


São poucas dificuldades ainda não é? Pois é, mamãe era muito doente, e tudo que se comprava de remédio saía do salario do papai, assim como o alimento, agua, luz, e material de acabamento da nossa casinha, que ainda não estava rebocada/pintada/e o chão era de terra.


Dificuldades? Poucas... Cada vez que mamãe era internada, nós ficávamos na casa da vovó, comendo polenta no almoço e jantar, era bom demais. Enchia a barriga, ótimo. E quando saímos na rua, e alguém passava comendo alguma coisa, vovó nos tampava os olhos com as mãos para não enxergar a comida do outro. Criança tem lombrigas quando passam vontade.


Bom daí, a tendencia foi melhorar, fizemos outra casa maior, e quando já tínhamos 18/19 anos, pudemos comprar um fusquinha 66 para papai levar mamãe a passear um pouco.


Muita coisa aconteceu bem amargas nessa época, até que mamãe moça ainda e linda, faleceu. Então casamos, papai depois de um tempo casou também, e tivemos nossos filhos.


Fizemos tudo diferente: demos aos nossos filhos tudo que não tivemos, bom estudo, trabalho só aos 18 anos, tudo do bom e melhor dentro de casa. Afinal, estudamos e tínhamos condições financeiras para dar-lhes tudo que não tivemos.


Pois, isso foi a maior trajédia da nossa vida: temos filhos que só conhecem as palavras: SIM/ EU QUERO/ FAZ ISSO PRA MIM/ HOJE NÃO POSSO/ e por aí afora.


Temos que saber o momento certo de dizer aos nossos filhos, sim meu filho, não meu filho. Assim é certo, daquele jeito é errado. Não me preparei nem para minha aposentadoria, não posso parar de trabalhar, e a cada dia trabalho mais. E não tenho ninguém por mim, porque meu filho tem a vida dele, não vou tomar-lhe o tempo.


E por azar fez um casamento que parecia dar certo, mas não deu, saiu tudo errado, e apesar de ter feito tudo para agradar a ambos, ainda assim, a mulher que deveria ser ainda minha nora, é ingrata, vingativa, e nada do que fiz representou alguma coisa boa pra ela e a familia.

Agora meu filho está só, e eu também, cada um em sua casa.


É preciso saber, aprender, a dizer sim e não.

7 comentários:

Daniel Savio disse...

Espero que as coisas melhorem para ti...

Fique com Deus, menina Sonia.
Um abraço.

aapayés disse...

Muy interesante articulo.. Gracias por compartirlo.

Siempre es un inmenso placer leerte..


Un abrazo
Saludos fraternos...

Que tengas un bello día...

as arteiras disse...

Olá, Sonia!
Essa é a realidade que vemos hoje, infelizmente.Vejo crianças com dinheiro na escola para consumir na hora da saída e a mãe dizendo que falta comida em casa.
Eduquei minha filha a escolher entre uma coisa e outra, e sempre falando a situação da família. Até hoje uso: ou isto ou aquilo.
Ela não gosta muito, mas é assim que funciona.
Nem sempre dá pra sair comprando tudo o que se quer.
Bjs!!!
As arteiras

Sônia Pachelle disse...

Daniel, Adolpho, Arteiras, caros amigos,

agradeço a visita de voces.Abraços a Todos.

MARU disse...

Querida Sonia...
É bem verdade o que você conta aqui...
Eu acho que näo sabemos dizer NÁO.
Passamos de uma sociedade cheia de carências, donde sempre mandava o pai, sem nenhuma discussäo, a näo mandar nada, deixar fazer o que quizerem para näo provocar "traumas"...
Mas näo soubemos encontrar a medida...
E agora, têmos uma sociedade de pouso solidarios e muitos insatisfeitos...

Esperemos que nossos filhos saibam fazer melhor....
Grande tema tens a trazer....

Um beijinho querida amiga.

Admin disse...

hi ,

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Mulher na Polícia disse...

Nunca é tarde pra recomeçar amiga...
O mundo dá muitas voltas.
O importante é não ficarmos tontas.
: )

Beijos!